segunda-feira, 12 de maio de 2008

EM LUTO...

O fio de vida de Bruno Neves, ciclista de 26 anos da LA-MSS, extinguiu-se nos breves minutos do transporte de ambulância até ao hospital Padre Américo, em Penafiel, após uma queda estranhamente grave ao quilómetro 40 da EN 15, na zona de São Gens. O jovem corria o Grande Prémio de Amarante e tombou numa zona livre de obstáculos, no seio do pelotão, quando rolava a 45 km/h. Era uma queda "banal". Dos três corredores acidentados, Neves foi o único que não se levantou de imediato, motivando a intervenção do médico da prova, Barreiros Magalhães. Transportado ao hospital já em risco de vida, o natural de Oliveira de Azeméis entrou lá já cadáver.
A morte de Bruno Neves motivou a suspensão da prova, quando os corredores, já informados do sucedido, regressavam a Amarante com semblantes carregados.
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A chegada do pelotão ao local de partida foi de forte emoção, sentida em particular pelos seus colegas de equipa e amigos. A reacção espelhava-se nos presentes, em desalento pelo trágico falecimento. A morte de Bruno Neves em competição sucede, em Portugal, à de Jorge Matos no GP do Minho, nos finais dos anos 80, e às de Joaquim Agostinho e José Zeferino (irmão de Manuel Zeferino, director-desportivo de Bruno Neves) na primeira metade dessa década.
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Duas horas antes, Bruno Neves convivia com os colegas à partida da corrida, tendo mesmo sido alvo de destaque, em virtude da liderança da Taça de Portugal.
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Companheiros choraram:
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Marco Chagas, vencedor da Volta a Portugal por quatro vezes, e conhecido comentador de ciclismo da RTP, acompanhava a prova e revelou que "todos elementos da caravana ficaram chocados quando surgiu a notícia da morte de Bruno Neves"."Foi uma queda como muitas no ciclismo. A rádio-volta informou que um ciclista tinha sido transportado ao hospital e depois passei pelo carro do Manuel Zeferino, director-desportivo da LA-MSS e verifiquei que ele estava muito perturbado", contou Marco Chagas à Antena 1. "Foi aí que soubemos da morte do Bruno Neves. Os corredores da LA pararam todos e a organização informou que a prova ficava cancelada", referiu.Ao conhecerem a trágica notícia, muitos corredores, principalmente os da LA-MSS não contiveram as lágrimas. Bruno Neves era uma das figuras mais simpáticas e solidárias do pelotão.
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O infortúnio de Zeferino:
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O ambiente no Hospital Padre Américo, em Penafiel, para onde acorreram os familiares mais chegados de Bruno Neves, era de profunda consternação. Os familiares recusaram qualquer contacto com a comunicação social. Por tal motivo, à hora do fecho desta edição do JN, não eram conhecidos pormenores sobre o funeral de Bruno Neves.Em termos oficiais, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, de onde Bruno Neves era natural e onde residia, decretou luto concelhio.
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Para Manuel Zeferino, director desportivo da LA-MSS, esta é mais uma tragédia ligada à carreira no mundo das bicicletas. O mais bem sucedido técnico de ciclismo português (ganhou uma Volta a Portugal como corredor, em 1981, e quatro como director desportivo) perdeu um irmão, José Zeferino, numa situação idêntica à de Bruno Neves, numa Volta ao Algarve (1982), e também chorou a morte de um dos corredores mais emblemáticos que já dirigiu, Manuel Abreu, em Fevereiro de 1997, também em cima de uma bicicleta, mas durante um treino.
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O Grande Prémio Município de Amarante, um tributo à memória do médico José Barreiro de Magalhães, cumpria a sétima edição e era a terceira prova da Taça de Portugal. Bruno Neves morreu com a camisola de líder vestida.

A UM GRANDE CICLISTA - OBRIGADO BRUNO POR TODO O QUE NOS DESTE!

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